A prática do bodhisattva

Por que estamos tão felizes? Porque nos libertamos do eu. Trabalhar para fazer feliz o eu somente causa dor. Trabalhar pela felicidade dos outros nos traz alegria. Não praticamos o bodhichitta porque é bom para nós; nós o praticamos porque conhecemos a verdade vivificante, brilhante e vazia, da bondade fundamental. Quando sabemos essa verdade, oferecer amor e compaixão é tudo o que resta a fazer. Não nadamos mais contra a corrente. Essa é a base de nossa conduta como bodhisattvas guerreiros. Irradiar o calor do amor é simplicidade pura; gerar os raios frescos da compaixão é um alívio; manter a ilusão de um eu separado, sólido, é efadonho - trabalho árduo sem nenhum sentido de satisfação. Não procuramos mais meios de evasão para não praticar o bodhichitta.
Apesar disso, precisamos usar o senso comum. É importante que cuidemos de nós. É como primeiro colocar sua própria máscara de oxigênio quando o avião perde altitude, e depois ajudar os outros a colocarem as suas. Tampouco deveríamos começar com projetos grandes demais, que não sejamos capazes de concluir. (...) É importante que escolhamos atos de compaixão e de bondade que possamos completar. Então poderemos dar um segundo passo, um pouco maior. Pode ser que tenhamos dificuldades em nosso passeio, mas nunca desistiremos. Agora vemos com clareza que cada ato é uma oportunidade para amadurecer a mente da iluminação e, realmente, queremos seguir em frente. A armadura do empenho é também a armadura da alegria.

Sakyong Mipham em "Fazer da mente uma aliada".

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