Compreendendo a raiva

Em todas as situações emocionais existe um sujeito, um objeto e uma ação. Por exemplo, andar de carro na Índia é uma experiência frustrante. As estradas são largas o suficiente apenas para um automóvel, e elas são cheias de buracos que causam solavancos. Quando estamos presos atrás de um caminhão lento que vomita fumaça de diesel - parece que todos eles fazem isso -, temos todas as razões para querer ultrapassar, mas isso raramente é possível. Ficamos obcecados com a estrada, o caminhão e nossa vontade, e depois de um tempo tudo o que podemos pensar é quanto estamos com raiva. Quando finalmente passamos, vemos que o motorista é apenas um pobre homem que luta para ganhar a vida. Nossa raiva diminui imediatamente.
Nessa situação, o sujeito é o eu, o objeto é o caminhão e ação é ter ficado atrás dele. A dor da situação é também o objeto. Estamos com raiva do caminhão por estar onde está e de nós mesmos por estarmos onde estamos. Também estamos com raiva por termos ficado presos no tráfego, e estamos com raiva por estarmos raivosos. Esses são os componentes desta emoção.

Sakyong Mipham em "Fazer da mente uma aliada".

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