A experiência do rio


   Aos poucos, à medida que continua a praticar, você inevitavelmente se perceberá capaz de distinguir com clareza os movimentos dos pensamentos, emoções e sensações que passam pela sua mente. Nesse ponto, você começou a passar da experiência da "cachoeira" para o que os meus professores chamavam de experiência do "rio", em que as coisas ainda estão se movendo, mas de forma mais lenta e gentil. Um dos primeiros sinais de que você entrou na fase do rio da experiência meditativa é que você se verá entrando em um estado de consciência meditativa sem muito esforço, unindo sua consciência a qualquer coisa que esteja ocorrendo dentro de si mesmo ou ao seu redor. E, quando se sentar para a prática formal, você terá experiências mais claras de absoluta felicidade, clareza e não-conceitualização.
   (...) Quando "entra no rio", você percebe sua mente ficando mais tranquila. Você perceberá que não está levando seus movimentos tão à sério e, em consequência, se perceberá espontaneamente vivenciando um senso maior de confiança e abertura, que não será abalado por quem você encontra, o que você vivencia ou ainde você vai. Apesar de tais experiências poderem vir e ir, você começará a sentir a beleza do mundo ao seu redor.

Yongey Mingyur Rinpoche em "A alegria de viver".   

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