"Ops"


   No começo, a atenção aos pensamentos sempre se dispersa. Tudo bem se isso acontecer. Se você descobrir que a sua mente está dispersando, permita-se conscientizar-se de que sua mente está divagando. Até as divagações podem se tornar um suporte para a meditação se você permitir que elas sejam gentilmente permeadas por sua consciência.
   E, quando subitamente lembrar: "Ops, eu deveria estar observando meus pensamentos, deveria estar me concentrando na forma, deveria estar ouvindo os sons", simplesmente conduza sua atenção de volta ao que deveria estar fazendo. O grande segredo desses momentos de "ops" é que eles são, na verdade, experiências em frações de segundos de sua natureza fundamental.
   Seria bom ater-se a cada "ops" que você vivenciar, Mas você não pode. Se tentar, eles se cristalizam em conceitos - idéias sobre o que o "ops" deveria significar. A boa notícia é que, quanto mais você praticar, mais "ops" poderá vivenciar. E, aos poucos, esses "ops" começam a se acumular, até que um dia o "ops" se torna um estado de espírito natural, uma liberação dos padrões habituais da fofoca neuronal que permite que você observe qualquer pensamento, qualquer sentimento e qualquer situação com total liberdade e abertura.
O "ops" é uma coisa maravilhosa.

Yongey Mingyur Rinpoche em "A alegria de viver".

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