Cultive primeiro a compaixão.

   Em 1992, visitei o Samye Monastery, o monastério mais antigo no Tibete, um belo local que foi reconstruído após ter sido destruído durante a Revolução Cultural. Um velho iogue chamado Tenzin Zangpo, do Tibete Oriental, estava visitando o Samye na mesma época e dando aulas sobre o "Guia do estilo de vida do bodhisatva" de Shantideva. Fiquei muito interessado em aprender as experiências de contemplativos avançados, por isso solicitei um encontro com ele. Fiz perguntas ao velho iogue sobre a quietude meditativa, mas ele continuava a enfatizar: "Para a prática da meditação profunda, antes de tentar atingir a quietude, cultive primeiro a compaixão."
   A importância da compaixão pode ser determinada pela experiência. Quando o equilíbrio mental e a serenidade surgirem na prática meditativa, observe o que acontece com aquele sentimento de bem-estar sob a influência da raiva ou da irritação. Não é possível habitar no equilíbrio meditativo e ficar ressentido ao mesmo tempo. O equilíbrio da mente desmorona ante a raiva. 

B. Allan Wallace em "Budismo com atitude".   

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