Continuidade na prática.

   É essencial manter a continuidade da meditação, dia após dia, pois é assim que ela ganha, pouco a pouco, em amplitude e estabilidade, como um filete de água que se transforma em riacho e depois em rio.
   Lê-se nos textos que é melhor meditar regularmente, e de forma repetida, durante curtos períodos de tempo do que fazer longas sessões de vez em quando. Podemos, por exemplo, dedicar vinte minutos todo o dia à meditação e aproveitar pausas em nossas atividade para reavivar, por alguns minutos, a experiência adquirida durante nossa prática formal. Esses curtos períodos terão mais chance de ser de boa qualidade e manterão um sentimento de continuidade em nossa prática.
   Para que uma planta cresça bem, temos de regá-la um pouco diariamente. se nos contentarmos em derramar sobre ela um grande balde de água uma vez por mês, ela morrerá provavelmente pela seca entre duas regaduras. O mesmos acontece com a meditação. Isso não quer dizer que não possamos consagrar à meditação mais tempo, às vezes. 

Matthieu Ricard em "A arte de meditar". 

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