Derrubando nossos muros interiores...

   À medida que as dores que nos afligem ficam mais fortes, o nosso universo mental se contrai. Eventos e pensamentos continuamente colidem com os muros da nossa prisão interior e retornam mais rápidos e mais fortes, produzindo mais feridas a cada ir e vir. Portanto, precisamos ampliar nosso horizontes interiores até que não haja mais muros em que as emoções negativas possam rebater. Quando desabam esses muros, construídos tijolo a tijolo pelo eu, os projéteis do sofrimento erram o alvo, desaparecendo na vasta extensão da liberdade interior. Percebemos, então, que o nosso sofrimento era um simples esquecer-se da nossa verdadeira natureza, que permanece intocada sob a névoa das emoções. É essencial desenvolver e sustentar esse alargamento dos horizontes internos. Pois os eventos exteriores e pensamentos passarão a surgir como estrelas que se refletem na superfície calma de um vasto oceano, sem pertubá-lo.

Matthieu Ricard em "Felicidade: a prática do bem-estar".  

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