A fonte genuína da felicidade.

   Em termos gerais, altruísmo é a fonte genuína de benefício e felicidade. Portanto, se tivéssemos nascido em uma esfera da existência onde o seu desenvolvimento não fosse possível, estaríamos em uma situação sem esperança, o que felizmente não é o caso. Como seres humanos, temos as faculdades apropriadas para o desenvolvimento espiritual, dentre as quais a mais preciosa é o cérebro humano. É muito importante não desperdiçarmos a grande oportunidade que nos é oferecida por nossa condição de seres humanos, pois o tempo é um fenômeno momentâneo e inesperado. É da natureza das coisas que elas sigam um processo de mudança e desintegração. Por isso, é de extrema importância darmos significado a nossas vidas.
   Como dito anteriormente, assim como temos o direito natural de trabalhar pela nossa própria felicidade, também o têm, na mesma proporção todos os seres conscientes. Qual, portanto, a diferença entre eu e os outros? A única diferença é que quando se fala dos próprios afazeres, não importa quão importantes sejam, a preocupação está voltada para uma única pessoa; enquanto que as questões dos outros dizem respeito ao bem-estar de um número infinito de seres vivos. A diferença entre as duas preocupações está na quantidade.
   Além disso, se um indivíduo não tivesse qualquer responsabilidade com os outros e deles fosse totalmente independente, a indiferença desse indivíduo com os outros seria então compreensível; mas isto não existe. Todos os seres vivos sobrevivem dependendo uns dos outros; mesmo as experiências de felicidade e de sofrimento provêm da interação com os outros. Essa dependência não se limita à sobrevivência do dia a dia; todo o desenvolvimento espiritual de uma pessoa também depende das outras. Somente em relação aos outros é que se podem cultivar qualidades humanas como compaixão, amor, tolerância, generosidade, etc.

S.S. o Dalai Lama em "O livro da felicidade: um guia prático para os estágios da meditação".  

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