Cheguei, já estou em casa...

   Já somos aquilo que gostaríamos de nos tornar. Não temos que ser outra pessoa. Tudo o que temos que fazer é sermos nós mesmos, total e autenticamente. Não temos que correr atrás de nada. Já contemos o cosmo inteiro. Simplesmente voltamos a ser nós mesmos por meio da plena consciência e tocando a paz e a alegria que já estão presentes dentro e ao redor de nós. Cheguei. Já estou em casa. Não há nada a fazer. Nenhum objetivo, nada-a-alcançar, é uma prática maravilhosa.
   Nossas aflições nada mais são do que iluminação. Podemos deslizar em paz nas ondas de nascimento e morte. Podemos viajar no barco da compaixão e atravessar o oceano da ilusão com um sorriso destemido. À luz da interexistência, vemos a flor no lixo e o lixo na flor. É nas profundezas do sofrimento e das aflições que podemos contemplar a iluminação e o bem-estar. É exatamente na água lamacenta que a flor de lótus brota e floresce. 
   Bodhisattvas são aqueles que penetraram na realidade de não-nascimento e não-morte. É por isso que eles vivem noite e dia sem temor. Com essa liberdade, podem fazer muito para ajudar os que estão sofrendo. Basta estarmos no mundo do sofrimento e das aflições para que possamos nos tornar um Buda. E, quando estivermos livres, poderemos passear no oceano do nascimento e morte sem medo, ajudando os que estão afundando no oceano do sofrimento.   

Thich Nhat Hanh em "Transformações na consciência".

Comentários

  1. Desejo um ano novo cheio de bênçãos, paz, amor e autoconhecimento.
    Namastê!

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